MANIFESTO AO PSB E AO
POVO DE GOIANA – PE
Companheiros do PSB,
povo goianense:
Estamos na reta final da
campanha presidencial em segundo turno e está muito claro que temos dois
projetos completamente distintos em jogo.
De um lado a candidatura
de Dilma Rousseff (PT) com seu projeto democrático e popular de inclusão
social, de redução das desigualdades e injustiças sociais, de redução das
desigualdades regionais, da manutenção de uma política externa altiva e
independente, que tem representado a melhoria da qualidade de vida de parcelas
significativas da população brasileira.
De outro lado a
candidatura de Aécio Neves (PSDB), apoiado pelas forças mais retrógradas,
reacionárias e obscurantistas deste país. Um projeto que representa o retorno
de uma política macroeconômica de corte neoliberal, que já representou
desemprego, arrocho salarial e desmanche do Estado, com uma política equivocada
de privatizações, que entregou a preço de banana importantes ativos e empresas
estratégicas para o desenvolvimento nacional.
Essa não é uma simples
batalha eleitoral. É uma batalha pela manutenção de um Brasil que cresce e se
desenvolve para os brasileiros. Ou de um Brasil que voltará a ficar de joelhos
para os mercados e para o capital financeiro.
Não foram poucos os
avanços que o Brasil conheceu ao longo dos últimos anos. Com milhões de
brasileiros tendo acesso ao ensino superior; com milhões de brasileiros com
mais oportunidade de emprego com carteira assinada e salário decente; com milhões
de brasileiros saindo da miséria absoluta, como aponta recente levantamento da
Organização das Nações Unidas (ONU).
É verdade que certo tipo
de mídia e meios de comunicação comprometidos com os interesses do poder
econômico fazem questão de não valorizar essas conquistas. Afinal não lhes
interessa que o povo continue melhorando sua qualidade de vida, estudando mais,
vivendo mais e melhor.
Nesse sentido foi
estarrecedor tomarmos conhecimento da opção do PSB em apoiar a candidatura
Aécio Neves neste segundo turno. Estarrecedor pelo histórico do PSB na
construção de uma Pátria para os brasileiros, na trilha do socialismo
democrático, combatendo as injustiças sociais e os interesses do poder
econômico que mantém o povo em condições de exploração e opressão.
Entendemos que esta
postura maculou a imagem de um grande brasileiro: o ex-governador Miguel
Arraes, que em Pernambuco construiu o “Acordo do Campo” para retirar o
trabalhador rural da condução de semi-escravidão em que vivia. Vivo fosse, o
nacionalista Miguel Arraes jamais trilharia esse caminho, o qual seguramente
denunciaria como “caminho da perdição”, a ser abominado. Arraes jamais se
aliaria a essas forças reacionárias, que tem compromisso de governar para os
mercados e não para o povo brasileiro.
Felizmente nos
reconforta o fato de que essa postura equivocada e que fere a coerência e a
tradição democrático-popular do PSB não foi seguida por inúmeras lideranças do
partido. Como o presidente nacional da legenda, Roberto Amaral; como a deputada
federal e ex-prefeita de São Paulo Luiza Erundina, como o governador da Paraíba
Ricardo Coutinho, e tantos outros.
Nesse sentido me somo ao
posicionamento dessas lideranças, entre as quais também destaco a vereadora do
Recife, Marília Arraes (PSB), que tem denunciado esse grave equívoco, que
seguramente custará a credibilidade do partido.
Custa-me a crer que um
partido que ainda no primeiro turno defendia uma ainda que difusa “nova
política”, em um segundo turno se alie ao que de pior e mais atrasado há na
política brasileira.
É verdade que o programa
macroeconômico do partido hoje pouco se diferencie do programa neoliberal de
Aécio, o que também é outro enorme equívoco. Mas esse apoio direto ao candidato
do ultra-conservadorismo de direita, que quer dar marcha-ré nas ainda
incipientes conquistas dos últimos anos, consegue ser ainda pior.
Isso só criou divisões
no PSB. Isso resultou em perplexidade para os mais segmentos mais orgânicos e
fiéis a linha ideológica do partido, que se recusam a seguir esse equivocado e
indefensável rumo.
Por todos esses fatores
informe que sigo o caminho dos que continuam defendendo um PSB fiel a seus
princípios de esquerda.
E por isso votamos em
Dilma, para que o Brasil continue no rumo das mudanças que desejamos.
Realizando para tal as necessárias correções de rumo exigidas pelos que
participaram das jornadas populares do ano passado, e tomaram as ruas do país
em junho de 2013 para que avançássemos nas mudanças e na participação popular,
e não para que entregássemos o país nas mãos das forças do atraso, que não tem
esse compromisso.
Somos Dilma para que o
Brasil continue soberano e para que a prosperidade e os direitos continuem a
chegar para todos e para todas as regiões do país.
Esse é nosso sentimento.E
com esse brado de brasilidade encerramos este manifesto:
Ou ficar a Pátria livre
ou morrer pelo Brasil, sempre!
Que prossigamos nessa
luta.
ISIDORO GUEDES (NETO)
Sociólogo, Educador,
Gestor Público e ex-presidente do PSB de Goiana - PE
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