quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Sociólogo goianense divulga manifesto

MANIFESTO AO PSB E AO POVO DE GOIANA – PE

Companheiros do PSB, povo goianense:

Estamos na reta final da campanha presidencial em segundo turno e está muito claro que temos dois projetos completamente distintos em jogo.

De um lado a candidatura de Dilma Rousseff (PT) com seu projeto democrático e popular de inclusão social, de redução das desigualdades e injustiças sociais, de redução das desigualdades regionais, da manutenção de uma política externa altiva e independente, que tem representado a melhoria da qualidade de vida de parcelas significativas da população brasileira.

De outro lado a candidatura de Aécio Neves (PSDB), apoiado pelas forças mais retrógradas, reacionárias e obscurantistas deste país. Um projeto que representa o retorno de uma política macroeconômica de corte neoliberal, que já representou desemprego, arrocho salarial e desmanche do Estado, com uma política equivocada de privatizações, que entregou a preço de banana importantes ativos e empresas estratégicas para o desenvolvimento nacional.

Essa não é uma simples batalha eleitoral. É uma batalha pela manutenção de um Brasil que cresce e se desenvolve para os brasileiros. Ou de um Brasil que voltará a ficar de joelhos para os mercados e para o capital financeiro.

Não foram poucos os avanços que o Brasil conheceu ao longo dos últimos anos. Com milhões de brasileiros tendo acesso ao ensino superior; com milhões de brasileiros com mais oportunidade de emprego com carteira assinada e salário decente; com milhões de brasileiros saindo da miséria absoluta, como aponta recente levantamento da Organização das Nações Unidas (ONU).

É verdade que certo tipo de mídia e meios de comunicação comprometidos com os interesses do poder econômico fazem questão de não valorizar essas conquistas. Afinal não lhes interessa que o povo continue melhorando sua qualidade de vida, estudando mais, vivendo mais e melhor.

Nesse sentido foi estarrecedor tomarmos conhecimento da opção do PSB em apoiar a candidatura Aécio Neves neste segundo turno. Estarrecedor pelo histórico do PSB na construção de uma Pátria para os brasileiros, na trilha do socialismo democrático, combatendo as injustiças sociais e os interesses do poder econômico que mantém o povo em condições de exploração e opressão.

Entendemos que esta postura maculou a imagem de um grande brasileiro: o ex-governador Miguel Arraes, que em Pernambuco construiu o “Acordo do Campo” para retirar o trabalhador rural da condução de semi-escravidão em que vivia. Vivo fosse, o nacionalista Miguel Arraes jamais trilharia esse caminho, o qual seguramente denunciaria como “caminho da perdição”, a ser abominado. Arraes jamais se aliaria a essas forças reacionárias, que tem compromisso de governar para os mercados e não para o povo brasileiro.

Felizmente nos reconforta o fato de que essa postura equivocada e que fere a coerência e a tradição democrático-popular do PSB não foi seguida por inúmeras lideranças do partido. Como o presidente nacional da legenda, Roberto Amaral; como a deputada federal e ex-prefeita de São Paulo Luiza Erundina, como o governador da Paraíba Ricardo Coutinho, e tantos outros.

Nesse sentido me somo ao posicionamento dessas lideranças, entre as quais também destaco a vereadora do Recife, Marília Arraes (PSB), que tem denunciado esse grave equívoco, que seguramente custará a credibilidade do partido.

Custa-me a crer que um partido que ainda no primeiro turno defendia uma ainda que difusa “nova política”, em um segundo turno se alie ao que de pior e mais atrasado há na política brasileira.

É verdade que o programa macroeconômico do partido hoje pouco se diferencie do programa neoliberal de Aécio, o que também é outro enorme equívoco. Mas esse apoio direto ao candidato do ultra-conservadorismo de direita, que quer dar marcha-ré nas ainda incipientes conquistas dos últimos anos, consegue ser ainda pior.

Isso só criou divisões no PSB. Isso resultou em perplexidade para os mais segmentos mais orgânicos e fiéis a linha ideológica do partido, que se recusam a seguir esse equivocado e indefensável rumo.

Por todos esses fatores informe que sigo o caminho dos que continuam defendendo um PSB fiel a seus princípios de esquerda.

E por isso votamos em Dilma, para que o Brasil continue no rumo das mudanças que desejamos. Realizando para tal as necessárias correções de rumo exigidas pelos que participaram das jornadas populares do ano passado, e tomaram as ruas do país em junho de 2013 para que avançássemos nas mudanças e na participação popular, e não para que entregássemos o país nas mãos das forças do atraso, que não tem esse compromisso.

Somos Dilma para que o Brasil continue soberano e para que a prosperidade e os direitos continuem a chegar para todos e para todas as regiões do país.

Esse é nosso sentimento.E com esse brado de brasilidade encerramos este manifesto:
Ou ficar a Pátria livre ou morrer pelo Brasil, sempre!
Que prossigamos nessa luta.

ISIDORO GUEDES (NETO)

Sociólogo, Educador, Gestor Público e ex-presidente do PSB de Goiana - PE

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