Reeleito no primeiro turno nas eleições deste ano, o
governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), deixa transparecer em
discursos e ações que seu projeto político para 2018 será mesmo a disputa
presidencial. A interlocutores, sempre tem se referido a São Paulo num contexto
nacional e enaltecido ou trabalho que resultou no desmonte de redutos petistas
no Estado.
O tucano, que foi derrotado por Lula no segundo turno das
eleições de 2006, destaca que conseguiu reverter a vantagem petista em 13
municípios. O único bastião vermelho, segundo mapas à mão em uma gaveta que
comparam seu desempenho em cada um dos 645 municípios nas eleições de 2010 e
2014, é a cidade de Hortolândia.
Segundo Alckmin, em 2010 ele foi derrotado em todos os
lugares que tinham assentamento de reforma agrária, especialmente no Noroeste
Paulista. 'Fizemos um programa para compra da produção agrícola, melhoramos as
estradas... Fiz diversas visitas a esses lugares', disse, segundo o jornal
Folha de S. Paulo, ao enumerar as ações que reverteram a vantagem dos
adversário na região.
Alckmin trem destacado ainda que muitos Estados e
prefeituras vão ter problemas fiscais. E ressalta que tem feito ajustes
permanentes para manter as contas em ordem.
AÉCIO NO PÉ
Os passos de Alckmin vão na direção de um confronto interno
com o mineiro Aécio Neves (PSDB), derrotado na eleição presidencial deste 2014.
O senador trabalha para se manter em evidência e segurar a vaga de candidato do
partido ao Palácio até 2018.O clima amistoso, porém, não deve dar lugar à
beligerância antes de 2016.
Apesar das gentilezas com a presidente Dilma Rousseff, o
tucano paulista faz uma análise crítica de sua gestão. Diz, ainda segundo a
Folha, ter ficado surpreso com a descrença de investidores internacionais e que
2015 não será 'o caos', mas será novamente um ano de 'crescimento na casa de 1%',
o que é 'o mesmo que dar um passo atrás'.
No início deste mês, em uma roda de tucanos após evento do
PSDB com Aécio, Ackimin teria dito que está preocupado com alguns setores da
economia. 'A agricultura se segura. Para eles, o empecilho é o preço, mas mesmo
com a seca, teve recorde de produção. O problema é a indústria.'
ÁGUA, O DESAFIO
A conversa teria ocorrido após viagem a Nova York em busca
de financiamentos. Alckmin voltou feliz exibindo seu 'triple A', uma espécie de
atestado de liquidez para o Estado.
Para ter chance de fazer frente a Aécio, no entanto, ele
espera entregar uma série de obras não concluídas neste mandato. A crise da
água, no entanto, é seu desafio mais urgente.
Alckmin sabe que Aécio tem a hegemonia no PSDB, mas diz que
'quatro anos, em política, são quatro séculos': 'Estou mais animado hoje do que
quando me elegi prefeito de Pindamonhangaba aos 23 anos', advertiu, aos risos.
Fonte: Portal BR 247