Após uma brincadeira feita no programa Comunidade em Movimento, da rádio Nova FM, realizada na semana passada, cheguei a pedir aos ouvintes que ligassem informando se ainda existiam orelhões funcionando. Pois, o que antes fazia parte da paisagem de todas as cidades da Mata Norte de Pernambuco, hoje está desaparecendo sem que a população se dê conta.
Na última década largamos o hábito de comprar cartões telefônicos. Impulsionados pela expansão da telefonia móvel em todo o Brasil, deixamos para trás um tempo em que guardávamos em nossas carteiras os famigerados cartões telefônicos e contávamos suas unidades para que elas rendessem uma próxima ligação.
Hoje quase todos possuem um celular e muitos com ao menos dois chips de operadores diferentes. Mas, se não contamos unidades, fazemos uso de bônus e de variadas promoções para economizarmos. Os valores que gastamos hoje com telefonia móvel já é uma parte considerável do orçamento mensal de qualquer trabalhador assalariado. No entanto, temos acesso a internet e a diversos recursos através dos smartphones, já popularizados e indispensáveis para quem quer trabalhar, se entreter e relacionar-se com os amigos e familiares.
Com o crescimento da economia brasileira e os investimentos que a Mata Norte vem recebendo nos últimos anos, capitaneados pelos pólos industriais em Goiana, a região vem se transformando. Existem, hoje, claras demonstrações de opulência, apesar dos contrastes sociais ainda serem muito acentuados. Mas, se tem algo que une a todos, ricos e pobres, é, sem dúvida alguma, o acesso a telefonia móvel e seus recursos cada vez mais espetaculares.
A foto acima foi tirada por uma ouvinte e enviada para mim através do Facebook. Trata-se de um dos poucos resquícios de um passado nem tão distante, um orelhão localizado no antigo posto espigão, nas margens da PE 75. O mais impressionante, de acordo com a ouvinte - que fez todo esse processo de registro e envio da foto através de seu celular - é que o telefone público está funcionando perfeitamente.
Há quanto tempo você, caro leitor(a), não faz uma ligação para o passado? Se o orelhão não chega a ser uma máquina do tempo, ele pode, sim, já ser considerado o retrato de um passado recente.
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