Começo o dia com passos que julgo frenéticos e em menos de um minuto deixo a rua Luiz Gomes, sem olhar para trás. Mas, é justamente aquilo que ignoro no meu cotidiano, a questão central sobre o que agora escrevo.
Como num piscar de olhos, estou entre a correria daqueles que abrem as lojas no centro da cidade, que andam apressados e possuem testas franzidas, me fazendo constatar que na verdade estou andando em ritmo lento, apesar de estar sempre atrasado.
Tão logo um mototaxista grita:
- Bora, Felipe!
E, lá vou eu para mais um dia... Mas, o que exatamente deixei para trás? Do que se trata aquilo que toda manhã fica embaçado pela nova correria que toma conta de Goiana? O tempo aqui tem se tornado mais veloz, turbinado pelos cavalos de potência dos motores que a Fiat ainda não produziu.
No entanto, algo na rua Luiz Gomes parece alheio a velocidade absurda desses novos dias. Fazendo fronteira com o caótico e improvisado "estacionamento" que se tornou a via pública, nós temos uma pracinha por trás da Igreja dos Homens Pretos, que mesmo nos dias mais conturbados ainda reserva-nos sombra, brisa e até uma água de coco se ainda lhe restar alguns trocados nos bolsos para não ter que comprar fiado na vendinha ao lado.
E, foi desta praça, em um final de tarde qualquer, caminhando devagar como sempre que me deparei com um pedido que me inquieta e impulsiona a escrever. Na verdade um ato de vandalismo, cuja licença poética talvez permita que na porta da centenária igreja ainda permaneça, em letras que não carecem ser garrafais, um símbolo e as seguintes palavras:
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