A Organização das Nações Unidas (ONU) comemora hoje (2) o
primeiro Dia Internacional pelo Fim da Impunidade dos Crimes contra
Jornalistas. Mensagens do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e da
diretora-geral da organização para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco),
Irina Bokova, foram divulgadas por ocasião da data, além da promoção, nos
próximos dias, de um painel de alto nível com seminários, conferências e debates,
em diversos países.
As Nações Unidas chamam atenção para o número de jornalistas
mortos nos últimos dez anos, que passa dos 700, e para o alto percentual, 90%,
de impunidade dos casos de violência envolvendo profissionais da mídia. Em sua
mensagem, Ban Ki-monn alerta que 17 jornalistas iraquianos foram executados
somente no ano passado.
“Muitos outros jornalistas e profissionais de mídia em todo
o mundo sofrem intimidação, ameaças de morte e violência. Nove em cada dez
casos permanecem impunes. Como resultado, os criminosos se sentem mais fortes.
As pessoas ficam com medo de falar de corrupção, repressão política ou outras
violações de direitos humanos. Isso tem que parar”, disse o secretário-geral,
em vídeo disponibilizado no site da ONU e no facebook.
A linha de raciocínio de Ban Ki-moon, e o mote da campanha,
é de que a imprensa livre faz parte de uma sociedade democrática, e que, por
isso, além da denúncia de crimes contra os direitos humanos, o próprio trabalho
dos jornalistas em si já deve ser preservado. “Ao acabar com a impunidade,
poderemos aprofundar a liberdade de expressão e reforçar o diálogo. Nenhum
jornalista, em nenhum lugar, deve ter que arriscar a vida para divulgar
informações”, disse, convidando todos a lutarem por justiça e a defender os
jornalistas.
Radialistas da Mata Norte foram alvo de violência
Os casos de violência contra radialistas na Mata Norte de Pernambuco que mais repercutiram aconteceram em Carpina. O primeiro foi o assassinato do vereador e radialista José Cândido de Amorim Filho, que em 2005 foi atingido por 20 disparos de arma de fogo. Ele já havia escapado de um atentado anterior no mesmo ano. Em seu programa “O povo quer saber” – onde apresentava há 19 anos –
Jota Cândido, como era conhecido, denunciava o nepotismo na Prefeitura, problemas administrativos e
casos policiais.
O segundo caso de enorme repercussão aconteceu no ano de 2008, envolvendo o então prefeito de Carpina, Manuel Severino da Silva,
conhecido como Botafogo, que precisou ser contido após tentar
acertar o radialista Denis Araújo com um facão. O radialista não chegou a se ferir. Ele ficou durante meses sob proteção policial.
Foto: Guga Matos/JC Imagem/AE
Nenhum comentário:
Postar um comentário