Do Blog de Jamildo
Após visitar uma creche municipal no Recife na manhã desta
sexta-feira (9), o ministro da Educação, Cid Gomes (PROS), pregou que é preciso
um empenho dos prefeitos para pagar o piso nacional dos professores (reajustado
nesta semana para R$ 1.917,78) e, assim, garantir a valorização dos docentes no
País. Questionado se o governo federal estaria disposto a apoiar
financeiramente estados e municípios para garantir o pagamento do piso, o
ministro tergiversou.
“Eu já fui prefeito, já fui governador, eu sei que há
dificuldades. O ministério está à disposição para ajudar, colaborar com os
municípios. Vamos priorizar aquilo que é investimento”, afirmou Cid, que disse
estar à disposição para orientar a regulamentação dos planos de cargos e
carreiras locais.
“Professor, no Brasil, ganha muito pouco, e a gente tem que
fazer sacrifícios – falando aqui às prefeituras – para continuar dando aumento
reais aos professores”, defendeu o ministro. “O Brasil tem que manter uma
política de valorização dos professores. De diversas forma, mas também pelos
salários”, afirmou.
Na última quarta-feira (7), o Ministério da Educação
anunciou um reajuste de 13,01% no piso nacional dos professores, que era de R$
1.697. Para o ministro, a portaria do MEC é meramente homologatória, já que as
regras de reajuste do piso são definidas por legislação.
Levantamento feito pelo jornal O Globo aponta que pelo menos
16 estados do País precisarão dar reajustes para os seus professores, porque os
salários atuais estão abaixo do piso nacional. Dentre eles, está Pernambuco, onde
os professores receberiam R$ 1.698,09, de acordo com a Confederação Nacional
dos Trabalhadores da Educação (CNTE).
A declaração de Cid aos prefeitos vem depois que o
presidente da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski, criticou o fato de o reajuste ter sido
anunciado sem ouvir os prefeitos. Ziulkoski, que chegou a desmarcar uma reunião
agendada com o ministro, classificou o anúncio como uma “falta de consideração”
com os representantes dos municípios.
CORTE NÃO AFETA – No Recife, Cid Gomes também refutou a tese
de que o corte orçamentário no custeio dos ministérios anunciado nessa quinta
(8) pelo Ministério do Planejamento possa prejudicar as ações do MEC. Para a
pasta, o ajuste é estimado em R$ 7 bilhões.
“Não há corte definido. Nós temos no País um Orçamento que
não foi votado ainda pelo Congresso Nacional”, lembra o ministro.
“No Ministério da Educação, não há um centavo sequer de
corte naquilo que é atividade fim. Nos nossos programas, que vão fazer chegar a
merenda escolas aos municípios, que vão chegar o recurso com os transportes,
que vai fazer chegar o dinheiro direto para as escolas”, garante Cid Gomes.
Pernambuco é o primeiro estado visitado por Cid Gomes em um
périplo que ele fará a todos os Estados do Brasil para colher soluções para a
educação no País e exportar para outros estados. Pernambuco foi escolhido por
ter conseguido os maiores avanços no Ideb do ensino médio nos dois últimos
levantamentos. Essa modalidade foi escolhida como prioridade pelo MEC. Em dois
anos, Cid espera fazer uma reforma nos currículos nacionais do ensino médio,
que pode incluir disciplinas opcionais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário