De acordo com a Resolução nº 414, da Agência Nacional de
Energia Elétrica (Aneel), a transferência de ativos de iluminação pública
deveria ocorrer até o final do ano passado. A determinação da Aneel foi no
sentido de, mesmo que a transferência não viesse a ser formalizada, as
distribuidoras paralisariam os serviços de manutenção de iluminação pública a
partir de 1º de janeiro de 2015.
No entanto, o que causou indignação para a Amupe foi que a
grande maioria das distribuidoras com ativos a transferir, incluindo a Celpe de
Pernambuco, não cumpriram com o que foi estabelecido na normativa da Aneel, que
previa a entrega dos ativos em condições normais de funcionamento e atendendo
as normas técnicas até o prazo fixado.
Segundo o presidente da Amupe, José Coimbra Patriota Filho,
é o mesmo que numa transação se entregar um carro quebrado dizendo que ele é
seminovo.
“A Aneel falhou na fiscalização das empresas de energia que
não fizeram a sua parte e, desta forma, não há como aceitar a regra da Agência
se ela só valer para os Municípios e por isso, solicitamos uma reunião com a
Aneel e a distribuidora para evitar que os municípios de Pernambuco ou a
própria Amupe tivessem que entrar com uma ação na Justiça”, afirma.
O prazo terminou e os desencontros continuam, gerando um
jogo de empurra-empurra entre prefeituras e distribuidoras de energia.
No início de janeiro, a Federação Nacional dos Engenheiros,
que acompanha o caso desde o início, enviou uma carta aos diretores da Agência
expondo as contradições desse processo.
“A Aneel está sendo contraditória quando afirma que é um
direito do Poder Público Municipal receber o sistema de IP em perfeito estado
de funcionamento ao mesmo tempo que permite que a Distribuidora abandone os
serviços de manutenção, ainda que o sistema de IP encontra-se precário e o
Município se nega a formalmente a recebê-lo por este motivo”.
No documento, os engenheiros ressaltam que a iluminação
pública se trata de “um serviço público de interesse da população que afeta
diretamente a segurança pública (roubos e furtos) e a segurança de pedestres
(atropelamentos que podem produzir vítimas)”. A FNE solicita na carta que a
Agência reformule sua decisão e não permita que as distribuidoras abandonem os
sérvios de manutenção sem que a transferência de ativos seja concretizada
completamente.
Em reunião realizada no dia 13 de janeiro entre a Aneel,
Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe) e Distribuidora no Estado de
Pernambuco (Celpe), a Aneel admitiu rever sua posição quanto a paralisação dos
serviços de manutenção de iluminação pública pela Distribuidora nos casos em
que não foram feitos os reparos necessários nas instalações, ou seja, a
Distribuidora não fez a parte que cabia até 31/12/2014.
Nestes casos, será fixado um novo prazo para a Distribuidora
fazer os reparos necessários e mais um prazo para o Município efetuar a
conferência. Neste período a Distribuidora retomará a manutenção normal de
iluminação pública. A ANEEL informou que esta posição necessita ser aprovada
pela sua Diretoria para que se torne oficial, o que prevê que vá ocorrer até 23
deste mês.
Esta prorrogação de prazo não será para todos os Municípios
e sim apenas para aqueles que já protocolaram ou que vão protocolar reclamação
na Ouvidoria da ANEEL quanto a situação precária que se encontram os
equipamentos de iluminação pública.
Fonte: Blog de Jamildo
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