A partir do dia 1º de abril, a Celpe (Companhia Energética
de Pernambuco) não fará mais a manutenção da rede de iluminação pública em
Pernambuco, que deveria ter sido assumida pelas prefeituras desde o final do
ano passado, mas enfrenta resistência dos prefeitos. Caso a medida se confirme,
a distribuidora deixará de trocar lâmpadas quebradas em postes e resolver
defeitos na rede de iluminação pública. A empresa, do grupo Neoenergia,
continuará realizando o fornecimento de energia.
Até o momento, 39 dos 184 municípios pernambucanos já se
adequaram a resolução 414 da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que
passa a responsabilidade pelos serviço de iluminação pública para os prefeitos.
São 600 mil pontos de iluminação que já foram repassados para os gestores
municipais.
A adesão já representa quase 50% de toda a rede do Estado.
Isso porque cidades grandes como Recife, Olinda, Jaboatão dos Guararapes,
Paulista, Ipojuca e Abreu e Lima já assumiram a responsabilidade pelos seus
sistemas de iluminação pública. O prazo era que todas as cidades fizessem a
transição até 31 de dezembro de 2014. Em troca, os prefeitos poderiam instituir
a Contribuição de Iluminação Pública (CIC).
A Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe) admite,
porém, que a maioria dos prefeitos se nega a cumprir a determinação. Eles
alegam que a Celpe quer repassar os ativos mesmo eles não estando em perfeito
estado e muitos dos equipamentos estando danificados.
O prefeito de Cumaru, Eduardo Tabosa, que é tesoureiro da
Amupe, alega que a Celpe não faz manutenção da rede há três anos e que quer
repassar os ativos “totalmente sucateados”. A empresa nega o sucateamento e diz
que se dispõe a substituir equipamentos com defeito, desde que os prefeitos
apontem onde eles estão.
Na quebra de braço, a Companhia defende que os municípios
assinem um contrato de transição até assumirem definitivamente os ativos até 31
de março. A empresa reclama que desde 2013 tem negociado com as prefeituras e
já propôs vários acordos. Agora, a Celpe diz que não há mais disposição em
fazer uma nova negociação.
TCE E ALEPE – Para tentar resolver o problema, o Tribunal de
Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE) tem atuado junto a Amupe e a Celpe para
tentar chegar a um acordo. As conversas têm sido conduzidas pelo próprio
presidente da entidade, Valdecir Pascoal.
Ao mesmo tempo, a deputada Raquel Lyra (PSB) anunciou a
realização de uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Pernambuco
(Alepe) para o dia 23 de março.
Fonte: Blog de Jamildo
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