sábado, 18 de abril de 2015
Coluna Pinga-Fogo: Batalha das Heroínas de Tejucupapo acontece nas trincheiras das redes sociais
Uma épica batalha está sendo travada nas redes sociais. Trata-se de acaloradas discussões sobre a realização ou não da peça teatral Batalha das Heroínas de Tejucupapo. E a sociedade goianense parece finalmente ter dado toda a atenção que a o espetáculo merece, ainda que de forma tardia e impulsionada por um festival de acusações e pelo baixo nível das discussões.
Os líderes da Associação Heroínas de Tejucupapo acusam o prefeito Fred Gadelha (PTB) de não ter cumprido uma promessa de pagar os cachês das cerca de 320 pessoas que realizam o espetáculo, mesmo assumidamente sem possuir qualquer tipo de documentação que comprove a acusação.
Já o prefeito Fred Gadelha esclareceu, em entrevistas concedidas a uma rádio local e uma difusora de Tejucupapo, que esse evento não é uma realização da Prefeitura de Goiana, e sim, da Associação, portanto não se pode gastar dinheiro público com pagamento de cachê aos atores.
Então, esclarecidas a fragilidade da acusação e a impossibilidade da Prefeitura arcar com os cachês do espetáculo, resta ao cidadão goianense, tão bombardeado pelas discussões sensacionalistas, um último questionamento. A Prefeitura se nega a apoiar um espetáculo de grande valor para cultura local?
Quem responde bem este questionamento é a secretária de Turismo e Cultura, Micheli Barreto. "Então, você oferecer arquibancada, palco, som, iluminação, gerador, tudo. Isso não é bom? Se isso não é apoio, apoiar em R$ 70 mil para a realização de um teatro que tem uma grande densidade simbólica, cultural, histórica e turística, eu não sei o que é apoio".
Vai ter festa? - Micheli Barreto ainda confirmou que mesmo se não houver a encenação da peça teatral, a tradicional festa será realizada pela Prefeitura para que a população não seja penalizada.
Se escondeu? - O prefeito Fred Gadelha ainda não respondeu aos incessantes pedidos de entrevista feitos pelo diretor do blog Goiana TV, Marcus Vinícius, que busca fazer uma cobertura dos últimos acontecimentos ouvindo os dois lados da história. Infelizmente, mesmo após diversas tentativas de contato, a Goiana TV informa que ainda não conseguiu marcar uma entrevista.
Sobrou para ela - A secretária de Turismo e Cultura, Micheli Barreto, nem bem assumiu a pasta e já teve que descascar este enorme abacaxi. Parecia ser uma estratégia da gestão deixá-la longe do desgaste político deste episódio. No entanto, como o prefeito não atendeu as solicitações da imprensa, coube a secretária ficar exposta diante dos holofotes.
Eles querem fazer - Segundo informações apuradas nos últimos dias, os atores da peça teatral Batalha das Heroínas de Tejucupapo já teriam manifestado a vontade de fazer a encenação, mesmo com as adversidades. Afinal de contas, seria muito frustrante um trabalho tão importante ser abortado às vésperas do dia da estreia.
Saldos negativos - O desgaste para ambas as partes parece ter sido grande. Faltou habilidade para impedir que se chegasse a tal ponto, com um festival deprimente de acusações pessoais e o risco de não ser realizado um importante espetáculo teatral, símbolo de nossa cultura. Resta-nos lamentar.
CPF da cultura - Concluo a presente coluna pinçando uma das críticas feitas por uma liderança da Associação Heroínas de Tejucupapo, referente a inclusão de Goiana no Plano Nacional de Cultura. Para que isso ocorra o município precisa criar o plano, o fundo e o conselho de Cultura. Caso essas etapas já tivessem sido vencidas pela atual gestão, certamente a cultura goianense estaria vivendo dias bem melhores. No entanto, durante os dois primeiros anos de seu mandato, Fred Gadelha não deu a devida importância para o setor. Ainda dá tempo de corrigir esse equívoco, basta cumprir as promessas assumidas no mês passado, durante a posse de Micheli Barreto. Estamos de olho.
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