Palavras soltas,
ainda que equivocadas,
não podem ser silenciadas
não podem ser editadas
O tempo não volta para o verbo proferido
a vida não retrocede o que foi dito
não me cala o peito, duras palavras!
E elas, rabiscos ocultos
ditadas por sombras
ficam a mercê dos maus ouvidos
e da reprodução dos que mal falam
Resta-lhes reduzir o verbo a zumbido
como após um grande estalo
a centímetros do tímpano
E rompem o último silêncio
não com um berro ou um grito
Pois, de tão animalesco
não há mais fala
...ouve-se um grunhido
Por fim, a morte da palavra
o dito pelo não dito!
Felipe Andrade
Goiana, 2 de junho de 2015
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