Nesta segunda-feira (23), o prefeito de Goiana Fred
Gadelha e a diretoria da Jeep vão se sentar para tentar chegar a um acordo
sobre a isenção do IPTU para a montadora. Pelo fervor da discussão, a companhia
terá que ceder e combinar como vai pagar o imposto. A dívida é de R$ 20
milhões, referente a 28 meses de IPTU. É isso ou perder os R$ 433,2 milhões do
FNDE, que precisam ser repassados até o fim do ano. Caso contrário, o recurso
será devolvido aos cofres do governo federal.
Mesmo com o risco de perder um grande volume de recursos, a Jeep tem se mostrado irredutível em seu posicionamento. Um agente político do município que possui estreita ligação com a diretoria da montadora, chegou a afirmar que a dívida com o IPTU não seria quitada.
O superintendente da Sudene, João Paulo, diz que decidiu
interferir na discussão temendo a dimensão do prejuízo para a economia de
Pernambuco. Ele conta que nunca viu valor semelhante ser devolvido, sobretudo
em ano de crise. Na segunda, ele também conversa com a diretoria da Jeep.
Cada parte nessa história tem seus argumentos. A prefeitura
alega que a gestão anterior assinou o protocolo em outro cenário das finanças
municipais e que não encaminhou o Projeto de Lei à Câmara. A Jeep e o governo
do Estado defendem que os compromissos sejam honrados. Agora, uma coisa é
certa: faltou à FCA monitorar o cumprimento dos acordos. Infelizmente, a
segurança jurídica é frágil no País.
Ganhar agora e perder no futuro
O posicionamento da Prefeitura de Goiana poderá gerar sérios desdobramentos. Se por um lado receber R$ 20 milhões da Jeep parece atrativo em tempos de crise, o não cumprimento do protocolo de intenções será um claro sinal para o mundo inteiro de que não se pode confiar na política goianense. Com isso a atração de novos investimentos poderá ser prejudicada devido a falta de confiança dos investidores.
Com informações do NE10
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