domingo, 6 de dezembro de 2015
Coluna Pinga-Fogo: Perseguição e retaliação na política goianense
A terceira lei de Newton afirma que: "toda ação provoca uma reação de igual ou maior intensidade". Esta lei parece ter sido adotada pela atual gestão municipal como forma de lidar com os frequentes flertes entre membros de sua base governista e a oposição goianense.
Após assistir importantes aliados declararem apoio ao movimento sindical que vem realizando uma série histórica de protestos nos últimos meses, a gestão do prefeito Fred Gadelha (PTB) agora é bombardeada diariamente com boatos - alguns confirmados e outros ainda não - sobre reuniões envolvendo vereadores aliados e diferentes líderes da oposição.
Quem frequenta a Câmara Municipal já deve ter ouvido algum vereador governista dizer, sem cerimônia ou pudor, que o momento de abandonar o governo está se aproximando. Os boatos e as declarações, ainda que informais, tem gerado grande desconforto entre os aliados de Gadelha que, por sinal, nunca acreditaram na lealdade de alguns vereadores. Eles cobram do prefeito uma ação enérgica contra possíveis traições.
Com a proximidade do período eleitoral e com a crescente onda de boatos sobre uma possível debandada dos vereadores governistas, Fred Gadelha resolveu dar ouvidos a seus aliados. Neste intrincado jogo do poder, as primeiras vítimas são os trabalhadores indicados por alguns vereadores. De acordo com fontes de bastidores, muitos já começaram a sofrer perseguição política e alguns já chegaram a ser demitidos, esquentando ainda mais a fervente relação entre governo e vereadores.
Observadores políticos creditam na conta dessa perseguição a aprovação por unanimidade do requerimento, na Câmara, pedindo intervenção estadual no governo municipal (saiba mais clicando aqui). Ou seja, se toda ação (ou traição, como podem preferir os governistas) dos vereadores pode vir a gerar uma reação (ou perseguição, como podem preferir os parlamentares) do governo. Por outro lado os vereadores deixaram bem claro que toda perseguição irá gerar uma retaliação, sem gerar margem para dúbias interpretações.
Em time que ganha... - Não há qualquer indício de mudança na estratégia adotada por Menezes Goiana, principal candidato da oposição. Ele segue realizando um intenso trabalho nos bastidores, atraindo cada vez mais aliados para o seu grupo político, mesmo longe dos holofotes. No entanto, tal estratégia pode gerar dúvidas e incertezas naqueles que esperam dele algum aceno ou gesto político.
Oposição fragmentada - Apesar do crescimento do grupo político de Menezes, alguns líderes da oposição buscam viabilizar uma terceira via em Goiana. Atualmente dois importantes nomes da oposição pleiteiam ser esta terceira via, Edval Soares e Pauluca Moura. Ambos, porém, dependem das bênçãos do ex-prefeito Osvaldo Rabelo Filho.
PSB vai de carona novamente - Após aparecer no início de 2015 como o único partido capaz de viabilizar uma vitoriosa candidatura oposicionista em Goiana, o PSB perdeu nomes importantes e prestígio diante da indefinição criada por seus próprios líderes. Antes cobiçado, o partido que há quase 10 anos vem governando Pernambuco, novamente não deverá ter um candidato a prefeito em Goiana. O mais provável é que mais uma vez o PSB emplaque um candidato a vice-prefeito.
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