A concentração na produção de riqueza continua grande nas cidades pernambucanas. Cerca de 80% do Produto Interno Bruto (PIB) do Estado é gerado em 17 dos 184 municípios existentes em Pernambuco. Os 10 que apresentam a maior geração de riqueza no Estado produzem 69,05% de todo o PIB estadual. Esse seleto grupo inclui três cidades que não pertencem à Região Metropolitana do Recife: Caruaru (no Agreste), Petrolina (no Sertão do São Francisco) e Vitória de Santo Antão na Zona da Mata.
Somados a esse grupo, a
riqueza gerada em mais sete municípios (Garanhuns, Goiana, Belo Jardim,
Santa Cruz do Capibaribe, Serra Talhada, Carpina e Gravatá) chega-se ao
cerca 80% do PIB estadual. Ou seja, grande parte das cidades
pernambucanas tem uma produção insignificante de riqueza, como mostrou
os dados divulgados ontem pela Agência Condepe/Fidem com o comportamento
do PIB municipal de Pernambuco em 2013.
Somente 20 cidades
pernambucanas não têm na Atividade Pública a sua principal atividade
econômica. Ou seja, grande parte dos municípios do Estado sobrevive da
movimentação gerada em torno do poder público. “O problema é que a
administração pública não é indutora de outras atividades, como ocorre
por exemplo com a indústria de transformação”, conta o consultor da
Agência Condepe/Fidem, Wilson Grimaldi.
“A concentração da
riqueza está diminuindo em Pernambuco, mas quem vai crescer, num
primeiro momento, são os outros municípios da RMR. Primeiro, foi o
Litoral Sul, o que incluiu Suape. Depois, a outra expansão ocorreu no
Litoral Norte (Goiana, Itapissuma e Igarassu). E a atividade
econômica está começando a se expandir para o restante do Estado”,
explica o diretor executivo de Estudos, Pesquisas e Estatística da
Agência Condepe/Fidem, Maurílio Lima. Ele cita como exemplos as cidades
de Glória do Goitá e do Recife. A primeira registrou um acréscimo de
62,7% na variação nominal do PIB, que saiu de R$ 17 milhões em 2012 para
27 milhões em 2013 impulsionada pela instalação de uma fábrica de
massas.
Já o Recife perdeu
participação no PIB estadual, saindo de uma participação de 33,19% em
2012 – quando tinha um PIB de R$ 42,4 bilhões – para 33,00% no ano
seguinte, quando a soma das riquezas geradas na capital ficou em R$ 46,4
bilhões. “Essa queda na participação do Recife no PIB do Estado ocorreu
porque outros municípios cresceram”, explica Maurílio.
Jaboatão e Cabo se
destacaram no aumento da participação da economia pernambucana, saindo,
respectivamente, de de 8,17% e 4,94% para 8,49% e 5,23%. Nos dados de
2013, Jaboatão apresentou o maior ganho de participação no PIB do Estado
com um crescimento de 0,32% pontos percentuais.
Jaboatão passou a ser o
segundo maior PIB, perdendo apenas para o do Recife. “Foi apenas uma
questão de metodologia. Jaboatão passou na frente de Ipojuca que ocupava
o segundo lugar no ranking dos maiores PIBs na metodologia antiga”,
explica Wilson Grimaldi. A atualização na forma do cálculo é realizada
para atender as recomendações do sistema internacional de contas da
Organização das Nações Unidas (ONU).
Os municípios que mais
perderam participação no PIB do Estado em 2013 foram Petrolândia
(-0,50), São Lourenço da Mata (-0,23), Salgueiro (-0,21), Recife (-0,19)
e Joaquim Nabuco (-0,06). Todas as perdas estão em pontos percentuais.
Segundo informações da Condepe/Fidem, as perdas de Petrolândia foram
relacionadas à diminuição de repasse de recursos da Chesf; a de São
Lourenço reflete o fim da construção da Arena da Copa; a de Salgueiro a
paralisação das obras da Ferrovia Transnordestina e da transposição e a
de Joaquim Nabuco, a paralisação da Usina Pumaty principal indústria
daquele município.
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