Hoje, no entanto, o executivo estadual, através da
Secretaria de Administração (SAD), garantiu que os dois concursos públicos
serão realizados ainda este ano, mas não informou sobre a previsão de
lançamento dos editais. As seleções podem até sair do papel e serem realizadas,
mas os futuros e possíveis aprovados terão, antes mesmo das inscrições serem
abertas, de torcer para que a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) do estado
permita as nomeações.
De acordo com a SAD, o governo do estado pretende realizar
dois concursos na área de defesa social, sendo 100 vagas para delegados, 500
para agentes, 50 para escrivães e 316 cargos destinados à Polícia Científica,
todos vinculados à Polícia Civil, e 1,5 mil oportunidades para soldados da
Polícia Militar do Estado de Pernambuco (PMPE). Atualmente, está publicado um
edital na área de educação, com a oferta de 3 mil vagas para professores.
A questão desses três concursos públicos causou uma pequena
divergência entre as secretarias da Fazenda (Sefaz-PE) e de Administração de
Pernambuco, em agosto do ano passado. Na época, o titular da Fazenda, Márcio
Stefanni, declarou, após participar de uma reunião do secretariado com o
governador Paulo Câmara, que o estado não teria condições de realizar novas
seleções em virtude da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
Depois, o governo recuou e, através da SAD, confirmou a
realização dos certames. No dia 25 de agosto do ano passado, a SAD divulgou uma
nota com o seguinte conteúdo: “Nenhum concurso irá vencer neste ano. Ainda em
2015 haverá concurso para as áreas de Educação e Segurança (SDS). Mas as
nomeações só serão realizadas no próximo ano”. Agora, após a virada do ano,
nenhuma informação oficial sobre o calendário dos possíveis concursos foi
divulgada.
Vale lembrar que em maio de 2015, em comemoração aos oito
anos do Programa Pacto Pela Vida, o governador Paulo Câmara declarou que faria
um concurso com 2.366 vagas para as polícias Civil e Militar. No mesmo mês,
Câmara autorizou a abertura de um concurso com 3 mil vagas para professores da
rede estadual, certame já em andamento e organizado pela Fundação Getúlio
Vargas (FGV).
Procurada pelo reportagem do Diario, a Secretaria de
Administração do estado (SAD) enviou uma nova nota oficial sobre a questão dos
concursos. No comunicado, a secretaria afirma que “manterá seu compromisso com
o Estado e realizará, este ano de 2016, concursos para as áreas de educação e
segurança, com nomeações a serem realizadas tão logo o Estado possa admitir
pessoal, respeitadas as normas em vigor, a exemplo da Lei de Responsabilidade
Fiscal”. Agora, resta aos concurseiros continuarem os estudos e torcerem pela
publicação dos editais, ainda sem data certa.
Redução de gastos
Quem acompanha o desenrolar da questão, deve lembrar que, em
agosto passado, após a já citada reunião com o secretariado, o governador Paulo
Câmara sinalizou a redução de gastos na máquina pública em virtude do cenário
econômico adverso. Naquele mês, ele afirmou que o estado deveria economizar,
até o fim de 2015, cerca de R$ 960 milhões. Os cortes, segundo projeção do
governo, deveriam atingir, principalmente, o custeio de viagens e combustíveis.
Empresas prestadoras de serviço também estavam na mira do governo. Até julho do
ano passado, o governo já tinha economizado R$ 210 milhões. A meta inicial, no
entanto, era de R$ 320 milhões.
Em uma coletiva concedida à imprensa, perguntado por uma
repórter sobre se Pernambuco manteria os concursos planejados, em virtude dos
cortes, o secretário da Fazenda, Márcio Stefanni afirmou que não. “A Lei de
Responsabilidade Fiscal nos veda a contratação, uma vez que nós estamos no
limite prudencial”, disse Márcio Stefanni, à época. “Esse limite nós estamos
hoje acompanhados de mais dez estados. Então, nesses estados, a lei impede que
façamos concursos. Temos que aguardar as próximas publicações dos relatórios de
receita e despesa para ver se nós ultrapassaremos esse limite ou voltaremos ao
limite que podemos contratar”.
Depois da repercussão do caso envolvendo as duas
secretarias, também na mesma época, a assessoria de imprensa da Sefaz-PE também
enviou uma nota ao Diario. O comunicado dizia que “ao falar sobre os
impedimentos da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) quando um estado
ultrapassa o limite prudencial de gastos com pessoal (46,55%), o secretário
Márcio Stefanni estava se referindo a novas contratações e reajustes salariais,
e não à realização de novos concursos públicos. A LRF não veta a realização de
concursos públicos nessas situações”.
Ao contrário do que foi declarado pela SAD, no ano passado,
a Sefaz-PE não desmentiu a informação do secretário Márcio Stefanni. Ou seja,
na prática, o estado poderá realizar concursos em 2016, mas não poderá nomear
os aprovados caso a quantidade de vagas fira a Lei de Responsabilidade Fiscal,
que impede que o estado atinja 46% da receita com a folha de pagamento de
servidores.
Fonte: Diario de Pernambuco
Fonte: Diario de Pernambuco
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