A manifestação a favor do governo Dilma Rousseff e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, realizada nesta sexta-feira (18) na área central do Recife, foi embalada por discursos ácidos contra a Justiça. A divulgação dos áudios da conversa entre Dilma e Lula e a liminar que suspendeu a nomeação do ex-presidente como ministro inflamaram ainda mais o protesto.
O juiz Sérgio Moro, responsável por conduzir as investigações da Operação Lava Jato, não escapou dos cartazes, dos gritos dos militantes e das falas dos políticos presentes na mobilização.
Para a deputada estadual Teresa Leitão (PT), o judiciário no Brasil está assumindo uma postura partidária. “Nós estamos diante de um cenário de uma grande judicialização da política, de uma grande partidarização da Polícia Federal. Estamos em um cenário onde um juiz tira a toga para assumir um papel político-partidário e onde as coisas estão fora do lugar”, argumentou. “Judiciário não é para isso. Essa distorção de atribuições é um perigo para a democracia”, completou.
Teresa considerou o vazamento dos áudios do ex-presidente Lula um ato “tosco” e teceu duras críticas ao juiz Sérgio Moro. “O vazamento dos áudios foi de uma forma tão tosca, tão bizarra, que isso vai ser desmontado. Não é possível que o judiciário brasileiro fique à mercê de um juiz”, disparou a deputada.
O ex-prefeito do Recife João da Costa defendeu a nomeação de Lula como ministro e disse que as contestações são “subjetivas”. “É o direito da presidente escolher seus ministros. Acho que qualquer contestação que é feita hoje é feita no campo da subjetividade. O presidente Lula não é réu e, portanto, pode assumir um ministério”, argumentou.
De acordo com ele, a oposição quer “destruir a figura de Lula”. “Acho que temos um tensionamento que é feito por determinados setores da sociedade que querem resolver o impasse político e econômico através da força. O alvo de quem quer destruir a democracia do Brasil é destruir a figura simbólica de Lula”, pontuou.
A presidente nacional do PCdoB, sigla mais fiel a Dilma Rousseff, Luciana Santos, disse que o grampo da presidenta Dilma foi um “golpe”. “O primeiro que fez o grampo da presidenta foi o presidente dos Estados Unidos, para poder botar a mão no nosso pré-sal. Agora vem um justiceiro grampear a presidenta da República. Isso não tem outro nome, isso é golpe”, bradou de cima do carro de som.
A vereadora Marília Arraes, recém filiada ao PT, aproveitou seu discurso para criticar o juiz Itagiba Catta Preta, responsável pela liminar que suspendeu a nomeação de Lula como ministro. “É o pior golpe que já foi aplicado no Brasil, que é o golpe do judiciário. O golpe de quem está lá, muito bonito, com pinta de estudioso, com pinta de quem pode tudo e dando carteira e participando de manifestação contra a democracia de forma totalmente parcial, na cara de pau”, disparou.
Fonte: Blog de Jamildo
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