O contrato sob investigação foi firmado entre o Governo de
Pernambuco e a Arena Pernambuco Negócios e Investimentos S/A - formada pelas
empresas Odebrecht Investimentos em Infraestrutura Ltda e Odebrecht Serviços de
Engenharia e Construção S/A, em junho de 2010.
A Polícia Federal investiga indícios de superfaturamento de mais de R$
40 milhões na construção do estádio, que poderia chegar a R$ 70 milhões
atualizados. O custo inicial era de R$ 479 milhões. Em agosto do ano passado, a
Arena entrou na mira de suspeitas, com a deflagração da Operação Fair Play, que
investiga a suspeita de corrupção de agentes públicos para favorecer a
Construtora Odebrecht.
Ao todo, foram cumpridos dez mandatos de busca e apreensão,
sendo quatro em Pernambuco, dois na Bahia e um em São Paulo , Rio de Janeiro,
Minas Gerais e Distrito Federal. No Estado, a PF fez buscas no escritório da
Odebrecht no Recife, no Comitê de Gestão Público Privada do Governo de
Pernambuco, na Arena e em uma residência no bairro de Boa Viagem. Entre as irregularidades
investigadas estão a suspeita da produção de um projeto básico da obra sem
disponibilizar todas as informações, falta de justificativas dos custos
adotados, exigências de atestados técnicos exorbitantes e prazo curto para a
análise dos concorrentes, o que teria frustrado a concorrência do certame.
Em março, o Governo do Estado anunciou o rompimento do
contrato de concessão da Arena antes gerida pela Arena Pernambuco Negócios e
Participações, consórcio liderado pela Odebrecht. Inicialmente, ele deveria
durar 30 anos. Um estudo feito pela Fundação Getúlio Vargas baseou a decisão na
frustração de receitas do empreendimento e recomendou a rescisão do contrato.
Atualmente, o estádio está sob a administração da Empresa de Turismo de
Pernambuco.
O Governo do Estado enviou, ontem, após divulgação da Lava
Jato, uma nota à Imprensa onde garante
que o processo de licitação da construção da Arena foi transparente e que
“apoia qualquer iniciativa de aferir o zelo com o patrimônio público”. No
texto, a gestão ainda diz que está à disposição para repassar informações e
prestar esclarecimentos acerca dos empreendimentos tocados pelo Estado. O
governador Paulo Câmara (PSB) e o prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB),
tiveram um papel estratégico como, respectivamente, vice-presidente e
presidente do Comitê Gestor responsável pelo edital de construção da Arena.
Fonte: Folha de Pernambuco
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