A manutenção do comando da Prefeitura do Recife se tornou a prioridade máxima do PSB de Pernambuco e a sigla não vem poupando esforços para manter a sua hegemonia na Capital.
A estratégia pela reeleição do prefeito do município, Geraldo Julio (PSB), se tornou o centro das movimentações do partido e gerou decisões controversas, como a saída do PSDB e DEM do Palácio do Campo das Princesas e a aliança dos socialistas com o PDT em Caruaru, que levou à retirada do grupo dos Lyra da base da agremiação.
Algumas dessas medidas passaram a ser contestadas nos bastidores do governo estadual e os riscos das movimentações começam a ser pesados por aliados. A decisão mais contestada continua sendo a retirada do PSDB e DEM dos cargos que ocupavam no Executivo do Estado, devido ao lançamento das pré-candidaturas à Prefeitura do Recife do deputado federal Daniel Coelho (PSDB) e da deputada estadual Priscila Krause (DEM).
A avaliação é que a decisão foi tomada em um momento errado, na mesma semana em que os deputados federais Bruno Araújo (PSDB) e Mendonça Filho (DEM) assumiram, respectivamente, os cargos de ministros das Cidades e Educação.
Outra leitura é que o rompimento poderia ter sido prolongado e deixado para perto do anúncio das candidaturas adversárias, prolongando o desgaste aos aliados, sem deixar “o ônus” do afastamento ao Palácio.
A pressão da prefeitura pela decisão também é vista como um fator que teria contribuído para a decisão antecipada. Desde o anúncio da pré-candidatura do DEM, Paulo Câmara tentou segurar o aliado e ponderar por uma solução menos radical.
O limite estourou quando o senador Aluysio Nunes (PSDB) comunicou aos socialistas que não tinha condições de reverter a pré-candidatura de Daniel Coelho no Recife, na semana anterior ao impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff (PT).
Na semana seguinte, o desembarque dos aliados foi anunciado. Visando minimizar a distância e reestabelecer a relação, o governador Paulo Câmara (PSB) vem fazendo gestos para PSDB e DEM.
O gestor se reuniu com o pré-candidato à Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes, Evandro Avelar (PSDB), o prefeito do município, Elias Gomes (PSDB), e o presidente estadual do PSDB, Antônio Moraes.
Nas reuniões, a possibilidade de união das siglas em municípios chegou a ser discutida e o gestor chegou até a manifestar simpatia ao nome de Avelar para a disputa. A resistência maior ficaria por conta do ministro Bruno Araújo, mas o administrador socialista terá uma audiência com Paulo Câmara, nesta segunda-feira, para tratar de questões administrativas e aparar as arestas entre as suas siglas.
Fonte: Folha de Pernambuco
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