Há duas semanas, foi tornado público no sistema do STF um
documento no qual Janot apontava suspeitas de pagamento de propina de R$ 100
mil, em 2014, para a campanha à reeleição de Mendonça Filho para a Câmara.
Janot informou ao ministro Teori que não era o autor daquele
documento, que não estava com sua rubrica, e que a peça foi juntada
indevidamente no inquérito do ex-ministro da Secretaria de Comunicação Social
Edinho Silva (PT), que teve o processo remetido para a Justiça Federal do
Paraná depois que deixou o governo federal e perdeu o foro privilegiado.
O procurador explicou ao Supremo que o documento que entrou
no sistema não tinha "integralidade de correspondência" com o que foi
protocolado.
"Ao se confrontar as peças a serem desentranhadas com
os articulados, percebe-se claramente a referência, naquela, a fatos
possivelmente ilícitos e não constantes das peças assinadas pelo
procurador."
Segundo Janot, a manutenção de documento "em
descompasso com a veracidade" no processo acarreta "tumulto à
investigação" e "prejuízo à imagem e defesa do parlamentar citado nas
peças apócrifas"
A TV Globo apurou que a peça se tratava de uma minuta
(documento em fase de preparação) e que, depois concluída, Janot não viu
indícios mínimos para investigar Mendonça. No entanto, a minuta foi juntada
indevidamente no sistema oficial do Supremo por uma autoridade da investigação.
Em razão das explicações do procurador, o ministro Teori
determinou a retirada do documento que não é oficial do inquérito.
A peça afirmava que, em meio à investigação de Edinho Silva,
foi identificada uma mensagem no celular do ex-diretor financeiro da
construtora UTC Walmir Pinheiro Santana, um dos delatores da Lava Jato, que
fazia menção a Mendonça Filho.
Segundo o documento, a imagem arquivada no celular de
Pinheiro se referia a uma doação de R$ 100 mil da UTC para o atual ministro da
Educação. À época, Mendonça Filho era deputado federal.
A peça, que tinha o nome de Rodrigo Janot mas não estava
assinada, afirmava que "diante de elementos indiciários de possível
pagamento de propina para a campanha" de Mendonça Filho, a Corte teria
competência para investigar a suspeita de prática criminal.
Fonte: G1
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