A morte de Zavascki já afetou o andamento das negociações da
Odebrecht, iniciadas em março de 2016.
Após a confirmação do acidente de avião, a PGR entrou em
contato com a empreiteira e suspendeu as audiências de homologação com os 77
delatores que começariam na sexta-feira (20) e se estenderiam por uma semana.
Nessas audiências, os executivos confirmariam a um juiz
auxiliar de Zavascki que fizeram colaborações por livre e espontânea vontade.
Essas reuniões seriam o último passo antes da homologação, que
estava prevista para fevereiro. Havia a expectativa de que, neste período,
Zavascki tornaria público o conteúdo delatado pela empreiteira.
Outra consequência da morte do ministro é o atraso do início
do cumprimento de penas dos executivos da Odebrecht acertadas nos acordos de
delação, que passam a vigorar depois da homologação feita pelo STF.
Herdeiro e ex-presidente do grupo, Marcelo Odebrecht, vai
cumprir dez anos, sendo dois e meio em regime fechado – como está preso desde
2015, ele deve sair da cadeia dezembro.
A frente investigativa também perderá celeridade, pois é
somente após a validação do acordo pelo juiz relator do caso que os
investigadores poderão usar os depoimentos da Odebrecht para pedir a abertura
de um inquérito contra os citados.
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